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A ORIGEM DO CONGREGACIONALISMO


   A origem do congregacionalismo foi, com certeza, em Atos dos Apóstolos logo no início da Igreja. Vemos claramente que as decisões eram tomadas pela liderança e a Igreja reunida (Atos 15). O congregacionalismo atual começou quando em 1558 a rainha Izabel assumiu o trono e resolveu fortalecer o reino e restabelecer a ordem no país consolidando a Igreja Anglicana, de regime episcopal, colocando o Rei como chefe da Igreja. Em oposição a isto surgiram as primeiras manifestações de comunidades congregacionalistas em 1567, em Londres. Essas comunidades eram chamadas originalmente de "independentes". Richard Fytz é considerado o mais antigo pastor de uma igreja do tipo congregacional. Historicamente, a experiência mais importante para nós foi a das congregações independentes de SCROOBY, em 1602, sob a liderança de John Robinson, influenciador de Kalley. O congregacionalismo tem-se definido como "cada comunidade local é completa e autônoma, não sujeita a qualquer entidade, mas ligada a outras igrejas pelo Espírito cristão para cooperação mútua".

 

O CONGREGACIONALISMO BRASILEIRO

   Em 12 de Outubro de 1838, acompanhado de sua primeira esposa, D. Margarida, o Dr. Robert Kalley desembarcou em Funchal, capital da lha da Madeira, possessão portuguesa no Atlântico norte africano, a oeste da costa do Marrocos. Apesar de ser de origem Presbiteriana, ele veio por sua própria conta, desenvolvendo um abençoado e pioneiro ministério de evangelização durante oito anos, valendo-se da assistência médica que prestava em seu consultório e no pequeno hospital que fundou. As perseguições movidas pelo clero católico, com a conivência de autoridades, foram constantes e terríveis. Espancamento, prisão, entre as quais uma do próprio doutor e até uma pena de morte decretada contra uma crente foram episódios desses oito anos de tribulações.
   O Dr. Kalley, de volta à Escócia, viajou pouco depois para o Oriente, onde faleceu sua esposa e foi sepultada em Beirute, em Janeiro de 1852. No final do mesmo ano veio a casar-se com a jovem Sarah Poulton Wilson. Em 1853 o casal visitou os madeirenses e souberam que tinha sido pedido à Sociedade Bíblica Americana o envio de três casais madeirenses ao Brasil. Eles sentiram nisso o chamado de Deus e desembarcaram no Rio de Janeiro em 10 de maio de 1855 para iniciarem o novo campo de trabalho.
   O nome Congregacional não foi adotado em princípio, porque não gozava de boa reputação devido ao liberalismo das igrejas americanas no final do século XIX. Assim é que as primeiras Igrejas que Kalley fundou chamavam-se simplesmente "Evangélicas", até porque eram as primeiras. Em 1913, na Primeira Convenção das Igrejas Brasileiras e Portuguesas, criou-se uma entidade com o nome de ALIANÇA DAS IGREJAS EVANGÉLICAS INDENOMINACIONAIS. Já em 1916 o nome foi mudado para ALIANÇA DAS IGREJAS EVANGÉLICAS CONGREGACIONAIS BRASILEIRAS E PORTUGUESAS. Daí por diante o termo "CONGREGACIONAL" estaria sempre presente no nome denominacional. A história do congregacionalismo no Brasil divide-se em cinco períodos:

 

1º PERÍODO: 1855 A 1876.

Esse período corresponde à estada do casal Kalley no Brasil. Os principais fatos são:

- Fundação da primeira Escola Bíblica Dominical em língua portuguesa, em 19 de Agosto de 1855.
- Organização da Igreja Evangélica Fluminense, em 11 de Julho de 1858, com 14 membros.
- Publicação do primeiro exemplar dos Salmos e Hinos, em 17 de Novembro de 1861, com 50 letras.
- Organização da Igreja Evangélica Pernambucana, em 19 de Outubro de 1873, com 12 membros.
- Retirada do casal Kalley definitivamente para e Escócia, em 10 de Julho de 1876, oito dias após Ter sido aceito pela Igreja o texto dos "28 Artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo".

 

2º PERÍODO: 1876 A 1913.
   Esse período estende-se da partida do casal Kalley à instalação da Primeira Convenção das Igrejas do Brasil e Portugal. Os principais fatos são:

- Falecimento do Dr. Kalley, em 17 de janeiro de 1888.
- Fundação da Missão Evangelizadora do Brasil e Portugal, em 1890.
- Fundação de "O CRISTÃO" em 1892.
- Instalação da primeira convenção das Igrejas Evangélicas, tendo 13 Igrejas representadas: Fluminense, Pernambucana, Niterói, Passa Três, Caçador, Encantado, Vitória de Santo Antão, Jaboatão, Monte Alegre, Paranaguá, Paracambi, Paulistana e Santista.

 

3º PERÍODO: 1913 A 1942.
Esse período estende-se da Primeira Convenção à união com a Igreja Cristã Evangélica. Principais fatos:

- Instalação do Seminário Evangélico Congregacional em 3 de Março de 1914, com 11 alunos.
- "O CRISTÃO" torna-se o órgão informativo oficial da Denominação.
- A União divide o campo Congregacional em três uniões federadas: Norte, Sul e Portugal.

- Em 1967 um grupo sai (excluído) da denominação por questões de natureza teológica (Pneumatológia), e funda aos 10 de agosto do mesmo ano a AIECB (Aliança das Igrejas Evangélicas COngregacionais no Brasil)

 

4º PERÍODO: 1942 A 1969.
Nesse período a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil e a Igreja Cristã Evangélica do Brasil fundiram-se num organismo que recebeu o nome de UNIÃO DAS IGREJAS EVANGÉLICAS CONGREGACIONAIS E CRISTÃS DO BRASIL. A fusão se deu na Convenção de Santos, em 1942. Os principais acontecimentos foram:

- Criação do Instituto Bíblico da Pedra, que mais tarde passou a ser o internato do Seminário, em 1944.
- Surge "O EXEMPLO", primeiro órgão oficial da Mocidade Congregacional, em 1945.
- Começaram a ser publicadas as primeiras revistas para Escola Dominical, em 1950.
- Cria-se a revista "VIDA CRISTÃ", órgão da União Feminina, em 1953.
- Em 1960 houve uma dissidência de 51 Igrejas, que não concordavam com as diversidades entre a Igreja Congregacional e a Cristã do Brasil e se organizaram com o nome de UNIÃO DAS IGREJAS EVANGÉLICAS CONGREGACIONAIS DO BRASIL.
- Em Janeiro de 1968 desfaz-se a União Congregacionais e Cristãs, sendo criada a IGREJA EVANGÉLICA CONGREGACIONAL DO BRASIL.
- Em 1969 os dois ramos congregacionais se reagrupam, formando a atual UIECB. Em Portugal, algumas Igrejas passaram para o grupo Presbiteriano e outras para o Metodista. Somente 3 permaneceram fiéis ao Congregacionalismo.

 

5º PERÍODO: 1969 ATÉ HOJE.
Começa com a aprovação da Constituição de 1969 e a instituição da atual UIECB. Principais fatos:

- Remodelaram-se os quadros administrativos, criando-se novas Regiões Administrativas.
- Adota-se o uso de um Plano Diretor para normatizar o programa denominacional em cada gestão da Junta Geral.
- Adquire-se uma sede própria para a Denominação.
- Grande impulso é dado à obra missionária, com autonomia concedida a vários campos e abertura de outros.
- Reativa-se o Seminário de Recife, hoje Seminário do Nordeste, com aquisição de sede própria.
- Reorganiza-se o Seminário do Rio, com uma seção de internato na Pedra de Guaratiba e algumas de externato.
- A Igreja muda sua sede de São Cristóvão para o Centro do Rio de Janeiro, na Rua Visconde de Inhaúma, nº 134, onde no ano de 2001 comprou todo o 19º andar.

 

Um fato de grande significado para o congregacionalismo ocenteceu recentemente. Num evento em conjunto (ENOMI e 2ª COnferencia Missionária da Aliança Congregacional) que aconteceu nos dias 27 a 30 de agosto de 2009 o Pastor Osvaldo Lopes, presidente da UIECB pede, publicamente, perdão pelos traumas casusados em 1967. O Pr Aurivam Marinha, presidente da Aliança COngregacional, visilmente surpreso, vai ao púlpito e recebe o pedido de perdão, bem como também pede, em nome da Aliança. perdão por qualquer ferida aberta desde então. O Pastor Jônatas Catão, um dos fundadores da Aliança e componente do  grupo de 1967 estava presente e, na ocasião, orou pelas duas denominações. O modus vivendi assinado anteriormente entre as duas denominações foi ratificado, e, finalmente, posto em prática.